segunda-feira, outubro 31, 2005

And then there were none - o Jogo!!

Segundo a Amazon britânica o jogo para PC And then there were none, baseado na mais famosa das obras de Agatha Christie estará disponível a partir do dia 25 de Novembro. :) Prometem-nos mais de 20 horas de entretenimento garantido e novos twists em relação ao argumento original (se assim não fosse não tinha grande piada, seria só relembrar a história).
Para quem não se recorda do livro a que me refiro... é aquele em que dez pessoas - dez desconhecidos- são convidadas para passar uns dias numa ilha, a ilha do Negro. Após o jantar é ouvida uma gravação, na qual uma voz - a voz do misterioso anfitrião- os acusa, um por um, de terem sido, no seu passado, responsáveis pela morte de alguém. Ilustrados pelos versos da canção infantil, e num clima de grande tensão, os primeiros assassinatos não tardam muito a acontecer. Os "dez negrinhos" sabem que um deles é o assassino. No jogo de computador é acrescentada uma nova personagem... Patrick Narracott (o que aconteceu a Fred Narracott?), cuja pele nós vamos "vestir".
Se estiverem realmente interessados no jogo não deixem de consultar este site... http://www.agathachristiegame.com/

domingo, outubro 30, 2005

Who REALLY killed Roger Ackroyd?

A discussão em torno de "O assassinato de Roger Ackroyd" já dura há muitas décadas (já não falta muito para completar um século!). Muitos leitores confessaram sentir-se defraudados ao serem confrontados com a solução final que Poirot apresenta para o mistério. Defraudados, enganados pela autora :)!
Eu, pessoalmente, achei brilhante! É um daqueles livros que mal chegamos à última página voltamos automaticamente aos primeiros capítulos... para confirmar... mas não quero criar aqui um spoiler para quem eventualmente não o tenha lido.
Mas muitos não querem acreditar. Acreditam que o assassino (ou assassina; naturalmente não vou revelar o sexo do criminoso ;) ) não é aquele que Poirot acusa. Poirot ter-se-á enganado pela primeira vez? Na minha modesta opinião... não me parece! Mas todas as hipóteses podem ser analisadas. Um pouco espantada perante as dúvidas dos mais incrédulos e cépticos leitores, comprei há algum tempo atrás um livro precisamente sobre esta temática, Who killed Roger Ackroyd?, de Pierre Bayard. Não mudei a minha opinião de forma alguma, mas diverti-me imenso a pensar em todos os que sentiram enganados pela grande rainha do crime. Por alguma razão foi este o livro que a tornou famosa... ;)

sábado, outubro 29, 2005

Para coleccionadores...

Este é o meu bookmark favorito mas podem encontrar outros três para download, assim como alguns screensavers, no site oficial da escritora, para o qual disponibilizei um link no meu blog.
Gostaria muito mais se tivessem optado pela fotografia de Joan Hickson mas... lá está Geraldine McEwan, a Miss Marple do século XXI.

O próximo Poirot...

Desde o final dos anos 80 que não é feita qualquer adaptação cinematográfica de qualquer livro de Agatha Christie (o último filme a ser feito terá sido, salvo erro, Appointment with death -Morte entre as ruínas - cujo resultado final se revelou bastante negativo, apesar das presenças de Sir Peter Ustinov e Lauren Bacall). A partir dos anos 90 a Granada presenteou-nos com as excelentes séries de Hercule Poirot, com David Suchet no papel do pequeno detective belga, e que actualmente podemos adquirir em DVD. Mas resta a dúvida... estamos tão habituados a ver Suchet como o genuíno Poirot... e depois de Suchet, quem lhe sucederá?
O mesmo aconteceu com aquela que deu vida à personagem de Miss Marple nas séries da BBC dos anos 80, Joan Hickson. Era ela a genuína Miss Marple! Mas a velha senhora faleceu. Há cerca de um ano a ITV comecou a produzir uma nova série de episódios, com uma nova Miss Marple, Geraldine McEwan. Bem... foi o caos total! Logo no primeiro episódio, o The Body in the Library (Cadáver na Biblioteca) decidiram logo mudar a identidade do assassino, tornar algumas personagens homossexuais (porquê?) e... bem, aquela não era de forma nenhuma a Miss Marple, aquela velhinha tinha demasiada genica! Por acaso tive a oportunidade de ver esse episódio que passou na RTP já há alguns meses. Chegou a ser feita uma petição na internet para esses episódios não serem feitos devido às mudanças espatafúrdias dos verdadeiros argumentos. Mas foram... e quem viu os seguintes garante que não foram tão maus como o primeiro. Felizmente! Mas quando imagino a Miss Marple é Joan Hickson que visualizo na minha mente, e nunca Margaret Rutherford, Angela Lansbury ou Geraldine McEwan.
Voltando a Poirot... já tivemos Tony Randall, Albert Finney e Sir Peter Ustinov (não, nem me vou dar ao trabalho de mencionar Alfred Molina na horrorosa adaptação moderna de Crime no Expresso do Oriente)... temos Suchet há mais de 15 anos... e depois de Suchet? E se decidissem fazer agora uma adaptação para cinema e Suchet recusasse o papel? Conseguem imaginar alguém? Aguardo sugestões...

sexta-feira, outubro 28, 2005

As minhas leituras


Está uma pessoa impacientemente 4 meses à espera para acabar por receber uma mensagem destas: Dear Customer, We are sorry to report that, despite our best efforts, we have been unable to source the following item: Maida & Spornick "Murder She Wrote a Study of Agatha Christie's Detective Fiction ". We apologise for the length of time it has taken us to reach this conclusion. Until recently, we had still hoped to obtain this item for you. This item has now been cancelled from your order and we can confirm that you have not been charged for it. Please accept our apologies for any disappointment or inconvenience caused. Descobri que o livro está disponivel para download em http://www.questia.com mas... por 20 dólares... fora o preço do tinteiro, do papel e o desgaste da impressora :(.

Vou começar hoje mesmo a ler Agatha Christie e o Fantasma do Bosque Sagrado, de Luísa Monteiro de Sá. Espero que seja realmente bom; quando tiver uma opinião formada logo a partilharei convosco.

quinta-feira, outubro 27, 2005

O pior de Dame Agatha Christie


Quando perguntam a um fã dos livros da Rainha do Crime qual o seu livro preferido da autora as respostas não variam muito... seguramente And then there were none (Convite para a morte), Murder on the Orient Express (Crime no Expresso do Oriente), Death on the Nile (Morte no Nilo), The murders of ABC (Os crimes de ABC), 4.50 from Paddington (O estranho caso da velha curiosa) ou The murder of Roger Ackroyd (O assassinato de Roger Ackroyd) são as respostas dadas com mais frequência.
Na maioria dos casos, quando se pergunta qual o livro da autora que menos gostam, as respostas também não variam muito: Elephants can remember (Os elefantes não esquecem) e Postern of fate (Morte pela porta das traseiras) são por norma os primeiros a ser referidos.
As minhas respostas não variariam muito também, especialmente no que diz respeito à segunda questão. No entanto, em relação à primeira das questões, gosto sempre de referir, como um dos meus livros favoritos, um livro do qual não se fala muito mas que, no entanto, considero brilhante: After the funeral (Os abutres). Mas, naturalmente, se tiver que optar apenas por um livro...já sabem a minha resposta... And then there were none :)!

O jogo do crime


Quem lê os livros sabe-o... não é pelo sadismo, pelo assassinato em si, pelo sangue ou qualquer tipo de terror vivido pelas personagens. Cada livro é como um jogo, um puzzle no qual nos são apresentadas as várias peças. Com a prática conseguimos mais facilmente pôr as peças no sítio certo ou descartar as peças que não pertencem ao verdadeiro jogo. Uma verdadeira delícia e um óptimo exercício para as nossas celulazinhas cinzentas :). W. H. Auden começou o seu ensaio "The Guilty Vicarage" com as seguintes palavras: "For me, as for many others, the reading of detective stories is an addiction like tobacco or alchool". É um vício, sim, mas é um vício delicioso e que não faz mal nenhum à saúde.
Quem lê um livro de Agatha Christie pela primeira vez, especialmente se for um dos melhores, como me aconteceu com o caso dos dez negrinhos ("Convite para a morte", na tradução portuguesa) tem grandes probabilidades de ficar automaticamente viciado. Quando damos por nós temos várias prateleiras repletas de livros da autora.
Não é a violência... é o jogo... o jogo do crime, o jogo das celulazinhas cinzentas! Porque não é só Hercule Poirot que as exercita...

quarta-feira, outubro 26, 2005

O verdadeiro Poirot














É engraçado reparar em algumas críticas feitas na net em relação ao "Poirot" de Albert Finney (Murder on the Orient Express). São muitos aqueles que o acham um pouco irritante, preferindo a figura mais simpática criada por Peter Ustinov. Talvez o Poirot de Finney não seja perfeito, é certo, mas quem já leu alguns livros da grande Rainha do Crime entenderá certamente que este se encontra muito mais próximo da personagem do que Ustinov. A própria Agatha Christie disse que o Poirot de Finney tinha apenas uma imperfeição: o bigode era muito pequeno. E ela deve ter criado na sua mente uma imagem do detective belga muito mais forte do que qualquer um de nós :). Foi uma pena a velha dama falecer antes de poder ver David Suchet na TV...

Filmes baseados em obras da Dama Agatha

Qual é a vossa adaptação preferida para cinema?


- Ten little Niggers/Indians/And then there were none (qual das versões?)
- Murder she said (ou qualquer outra das três versões protagonizadas por Margaret Rutherford no papel de Miss Marple)
- The Alphabet Murders
- Endless Night
- Murder on the Orient Express
- Death on the Nile
- Evil under the sun
- The mirror crack'd
- Appointment with death

Se me perguntarem a minha opinião... julgo que optaria mesmo pela versão russa do Ten Little Niggers e pelo espectacular Murder on the Orient Express. :)

Versões de Ten Little Niggers (ou Indians, para ser politicamente correcta).

Não sei se já tiveram a oportunidade de ver alguma versão cinematográfica dessa verdadeira obra-prima. Felizmente já tive a oportunidade de ver as várias versões: a de 1945, a de 1965, a de 1974, a de 1989 (?) e a brilhante versão russa (também do final dos anos 80). Aconselho-vos vivamente esta última, que mandei vir recentemente dos Estados Unidos, através da Amazon. É a única versão que consegue realmente captar o verdadeiro ambiente do filme e cujo final original permanece inalterado. A versão de René Clair, de 1945, à qual corresponde a montagem de imagens acima publicada, é a minha segunda escolha. Em relação às outras...esqueçam! :)

Finais realmente surpreendentes...


O primeiro livro da Agatha Christie que li foi o incomparável And then there were none/Ten little Niggers. Tinha cerca de 15 anos e fiquei completamente fascinada. Mas não foi o único livro dela que me deixou de boca aberta...para citar apenas alguns diria:
- The murder of Roger Ackroyd (li-o sem saber nada acerca da "polémica" em redor deste)
- 4.50 from Paddington
- Appointment with death
- Hercule Poirot's Christmas
- Death on the Nile
Com o passar dos anos e à medida que fui conhecendo melhor a forma de escrita da grande Senhora do Crime devo confessar que os desfechos dos seus livros tornaram-se, em grande parte dos casos, um pouco óbvios para mim. Romances como A murder is announced são deliciosos (gosto bastante deste argumento) mas poucos são aqueles que não identificam rapidamente o assassino. Se calhar, se tivesse lido Evil under the Sun antes de ler um dos livros que mencionei na lista acima, também esse final não seria completamente surpreendente para mim ;).